segunda-feira, 17 de maio de 2010

The Dark Side Of The Moon - Pink Floyd


Selo: Harvest
Produção: Pink Floyd
Projeto Gráfico: Hipgnosis
Nacionalidade: Inglaterra
Duração: 42:30

Eu sempre ouvia meus professores da faculdade e amigos falando deste álbum...Um belo dia decidi ouvi-lo...Quando terminei, eu estava completamente pasmo, perplexo,  e não consegui mais parar de ouvir, e questionei: "como pude ficar tantos anos sem ouvir isso rrrsss", foi uma experiencia marcante pra mim. 
Dark Side é um disco conceitual de Rock Progressivo gravado em 1973 pela até então desconhecida banda Pink Floyd.
Esta obra de arte nasceu na cozinha da casa do baterista Nick Manson, eles estavam meio abalados com a saida do principal compositor da banda Syd Barrett, e queriam fazer um projeto mais experimental e bem elaborado, foi ai que eles fizeram uma lista das coisas que os encomodavam, preocupações como tempo, dinheiro, loucura, guerra, morte, e decidiram fazer uma obra que abordasse o lado obscuro do ser humano, e durante um ano eles fizeram uma turnê chamada "Eclipse"  e logo após eles entraram em Abbey Road para então produzir o que para muitos é a maior obra do Rock Progressivo de todos os tempos. Na produção eles inovaram em diversos fatores, principalmente do ponto de vista da engenharia de áudio e da engenharia de gravação. Entrevistaram diversas pessoas a respeito dos temas proposto pelo disco, gravaram relógios, pessoas correndo em uma sala, introduziram dialogos, efeitos sonoros e mais uma série de fatores que cito mais profundamente abaixo. 
O resultado disso: Dark Side é o terceiro álbum  mais vendido de todos os tempos, foi o disco que ficou por mais tempo na Billboard 200, tendo permanecido 741 semanas consecutivas, pouco mais de 14 anos. O álbum chegou a Nº 1 nos EUA, Bélgica e França, até em 2002, 30 anos após o seu lançamento, foram vendidas nos EUA mais de 400.000 cópias, fazendo do álbum o 200º mais vendido desse ano. Em 2003 mais de 800.000 cópias do híbrido "Super Áudio CD" de Dark Side of the Moon foram vendidas apenas nos EUA.
Estima-se que 1 em cada 14 pessoas com menos de 50 anos, nos EUA tenha uma cópia deste álbum.
Confesso que não sou ultra mega fã do Pink Floyd,  mas gosto da maneira simples como eles construiram a identidade da banda. Quando pensamos em Rock Progressivo, logo esperamos ouvir solos virtuosos e músicas eternas de trinta quarenta minutos, mas este não foi o caso do Dark Side, eles conseguiram popularizar o estilo. A Produção do disco foi feito pela própria banda, através de experimentações diversas feitas em estúdio, eu gosto disso, se trancar no estúdio e deixar a criatividade fluir... pra mim a maior característica do Pink Floyd é a maneira como eles são cuidadodos com os timbres e com a gravação...
O Dark Side posso dizer com toda convicção e tenho certeza que ninguém discorda de mim, é uma das maiores obras de arte do século XX sem dúvidas a década de setenta foi realmente fabulosa... quanta criatividade... quanta musicalidade...
Eu sei que este post ficará bastante extenso, mas acho que vale a pena gastar quantas palavras for preciso para descrever detalhes que mexem não só comigo mas com milhões de fãs no mundo inteiro.

A primeira música "Speak to me  breath" começa com diversos sons em forma de looping que definem o conceito de tudo que está por vir, começa com o pulsar de um  coração, gargalhadas de pessoas, som de máquina registradora, som de avião, bombas e gritos de horrores de uma mulher... Eles conseguiram traduzir em sons os temas abordados pelo disco, "O lado escuro da humanidade", dinheiro, drogas, religião, guerras, morte, destruição, ambição etc... 
Interessante notar algumas idéias extremamente inovadoras para época, o fato de não haver silêncio entre uma faixa e outra nos propõe um roteiro como de um filme, este é mais um disco conceitual, que conta uma história. Outra coisa é o uso de loopings, acredito que eles foram uma das primeiras senão a primeira banda de Rock a introduzir este elemento, algo inovador para a época que virou referência e se desenvolveu até chegar ao que temos nos dias de hoje...
O uso dos sintetizadores analógicos, proporcionam timbres que remetem a algo futurista, eles realmente estavam dando uma enorme contribuição para a música eletrônica.
Na música dois "On the Run" a gente vê isso de forma mais explícita o uso dos sintetizadores analógicos com seus osciladores e a mudança da frequência de corte nos equalizadores criam diversos efeitos como sons de avião, sons de relógios, sem falar dos efeitos de gargalhadas e pessoas correndo, esta mistura de subjetividade nos dá uma sensação de desespero e ansiedade, pscicodelía pura.
Na música três "Time" tem duas caracteristica fantásticas, primeiro os relógios foram gravados de verdade, imagine vc caro leitor uma sala cheia de relógios de diferentes tipos e tamanhos, sendo programados para despertar e assim ser captado por diversos microfones, fantástico, na época não era como hoje que com apenas dois clicks temos milhares de samples a nossa disposição, a segunda característica são os tons da bateria na introdução, eles estão afinados exatamente nas notas dos acordes que o piano elétrico e demais instrumentos estão tocando...que fabuloso sem contar o backing vocal totalmente gospel das quatro divas ao fundo, as vozes foram processadas com, osciladores criando um timbre todo especial,.
Na música quatro "The Great Gig in the sky" observamos a influência do jazz nos acordes dissonântes do pianísta Richard Wrigth falecido em 2008, as guitarras havaianas de David Gilmour associado  ao improviso melódico vocal de Clare Torry, esta canção tb era conhecida como "The Religion Song".
A música cinco "Money" foi um estouro, particularmente gosto muito do arranjo desta música, primeiro porque ela é toda em compasso composto, 7/4 e 4/4, de modo alternado, o looping de fita foi gravado pelo próprio compositor da canção tb vocalista e baixista da banda Roger Waters, ele gravou este looping em sua casa, usando um microfone e um gravador de rolo, e algumas peças como, caixa resgistradora, moedas sendo arremessadas dentro de um vaso de cerâmica e papéis que o próprio captou rasgando, sem contar o groove de baixo e guitarra acompanhado por outras guitarras uma com tremolo, outra fazendo o contra tempo, quando entra o sax rasgando tudo o uso de mais uma guitarra com Wa-Wa e o solo do Gilmour como sempre simples com poucas notas, mas com bastante precisão e  profundidade abusando dos efeitos acompanhado de delays longos...

Eu vou parar por aqui, senão vou falar de cada uma das canções e isso vai ficar muito extenso rsss, mas vale ressaltar mais alguns detalhes como: as vozes de Roger Waters e David Gilmour, que juntas parecem uma só, sem contar os efeitos usados nas guitarras como flanger, chorus, sleep eco, tremolo, vibrato, distorções diversas e a execussão de várias linhas diferentes explorando bem o "panorama" criando toda psicodelía que era parte da identidade da banda; orgãos diversos, pianos e sintetizadores de todos os tipos e gostos...
A concepção da mixagem é bastante interessante com o uso de ecos  e reverbs longos, fazem o disco soar grande, criando profundidade e gerando a sensação de que quando ouvimos saímos do plano do nosso mundo real e adentramos em algum lugar desconhecido, talvez o espaço...
A você que nunca ouviu este disco (se é que existe alguém no universo que ainda não ouviu rsss) não perca mais tempo como eu perdi vá correndo e descubra tudo que esta obra tem pra ensinar, indico tb o documentário "Classic albuns -The Dark Side Of The Moon" eu havia assitido na faculdade, mas acabei comprando um pra mim, hoje mesmo assisti mais uma vez rsss....
Acho que nunca vou me cansar de assisti-lo... Bem obrigado por ler este post e comentar, até a próxima
Grande abraço!!






Um comentário:

Nathália Machado disse...

Não gostou de rock progressivo, mas confesso que depois de ler tantos elogios da até vontade de ouví-los para tentar perceber tantos detalhes... Ótimo post, simples e empolgante.